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Mostrando postagens de maio, 2018

Plano de Aula

Como pedido pela orientadora da APS desse semestre, a professora Lígia Menna, há aqui um plano de aula relacionado ao tema do blog como última postagem do blog. Para que o aluno possua uma melhor assimilação do conteúdo, o professor precisa procurar formas de tornar a aula e o conteúdo interessantes para o aluno. Há diversas formas de fazer isso, como, por exemplo, procurar formas de trazer o conteúdo para a realidade do aluno, aproximar de seu contexto social. Textos antigos e de outras realidades sociais parecem muito distantes, o que, muitas vezes torna a aula cansativa e desinteressa o aluno. Aqui há a tentativa de aproximar o aluno da literatura através de uma aula que fale sobre uma autora que esteja viva. As aulas de literatura são sempre voltadas para o canônico e, numa tentativa de sair do mesmo caminho de sempre, faz-se uma aula que mostra que a literatura não está morta, mas que continua se transformando. Este plano de aula foi criado com a intenção de se aplicar uma ...

Análise de "Mariana e Chamilly" de Adília Lopes

Mariana e Chamilly Quando partires se partires terei saudades e quado ficares se ficares terei saudades Terei sempre saudades e gosto assim Adília Lopes, in 'Caderno'. O poema foi publicado no livro Caderno , de 2007, e possui intertextualidade com outras obras da própria Adília Lopes, como O Marquês de Chamilly (1987) e O Regresso de Chamilly (2000), que apresentam o mesmo marquês do título, e com a obra As Cartas Portuguesas  (1669). As Cartas Portuguesas  é um livro que inicialmente foi publicado em francês e possui cinco cartas de amor escritas por uma freira, Soror Mariana Alcoforado, para seu amado, o marquês de Chamilly. As cartas mostram um grande amor por parte de Mariana que sofre com a distância do amado, no decorrer das cartas, o tom de esperança vai se perdendo e ela pede por respostas maiores e mais afetuosas do marquês que não a correspondia igualmente. O poema de Adília apresenta no título as mesmas personagens de  As ...

Adília Lopes

Adília Lopes foi o pseudônimo adotado pela poetisa de nome Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, nascida em Lisboa, Portugal.  Além de escrever poesias, Adilia ocupou-se também em escrever crônicas e traduzir; dentre suas maiores influências estão nomes como Nuno Bragança, Emily Brontë e outra poetisa portuguesa, Sofia de Mello Breyner. Adília deixou os estudos enquanto cursava licenciatura em Física na Universidade de Lisboa, devido a conselhos médicos que a alertaram sobre seu quadro de psicose esquizoafetiva, uma doença que implica em sintomas de esquizofrenia e variação de humor. Nesse mesmo período ela começa a escrever obras com o propósito de publica-las. Seu pseudônimo surge em 1983, quando um amigo a sugeriu o nome afim de que concorresse a um prêmio de prosa e ficasse conhecida. Em 1983 a autora regressa a Universidade de Lisboa, mas dessa vez cursando Linguística Portuguesa e Francesa, na faculdade de Letras; concomitantemente a essa momento, ela pú...

Análise do poema "Amar!" de Florbela Espanca

O poema  Amar! , da escritora portuguesa Florbela Espanca, é composto por duas quadras e dois tercetos, o que o faz ser um soneto e possui dez sílabas métricas.  O tema central do poema é o amor, descrito como algo extraordinário que agrega intensidade a vida; nele o eu lírico trata do que é amar, e vai cada vez para um âmbito mais subjetivo com suas experiências e como o amor deve ser vivenciado sem restrições, ou estar ligado a um alguém específico.   O esquema rimático segue como ABAB na primeira estrofe, ABBA na segunda, CCD e EED na terceira e quarta estrofe, compostas por rima rica nas duas primeiras estrofes.  Na primeira estrofe o amor é escrito de um jeito passional, como uma necessidade e um anseio.   A segunda estrofe reforça o tema ao passo que reflete nesse sentimento como sendo essencial, independente do que venha a causar Amar! Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: Aqui... além... Mais Este e Aquele, o Outro ...

Fernanda Botelho

Fernanda Botelho foi uma das escritoras mais vanguardistas dos anos 50 escrevendo o retrato da sua época com o distanciamento da ironia e do sarcasmo, para fazer a síntese das perplexidades da geração de 1950-1960. Em 1965 foi presa e interrogada pela PIDE enquanto membro do júri da Sociedade Portuguesa de Autores. Maria Fernanda de Faria e Castro Botelho nasceu no Porto a 1 de Dezembro de 1926. Licenciou-se em Filologia Clássica nas Universidades de Coimbra e de Lisboa. Na capital fixou residência na década de cinquenta para trabalhar na delegação em Lisboa do Turismo Oficial da Bélgica, organismo que viria a dirigir entre 1973 e 1983. A escritora fez a sua estreia literária com a publicação de um livro de poesia: Coordenadas Líricas (1951). Contudo, Fernanda Botelho enveredou depois pela prosa com vários títulos como a novela "O Enigma das Sete Alíneas "(1956)," A Gata e a Fábula" (1960), "Xerazade e os outros" (1964), Terra sem Música (1969), "L...

Maria Fernanda Teles de Castro e Quadros Ferro (1900-1994)

Romancista, poeta e conferencista portuguesa, conhecida pelo seu nome de solteira, com vasta e diversificada obra, escreveu poesia, literatura infantil, romance e memórias. Filha de um oficial da Marinha ficou órfã de mãe aos doze anos. Estudou em Portimão, Figueira da Foz e Lisboa, tendo frequentado, nesta cidade, os Liceus D. Maria Pia e Passos Manuel. Começou por escrever livros infantis com sucesso nomeadamente "Mariazinha em África", 1926; "A Princesa dos Sete Castelos" e "As Novas Aventuras de Mariazinha", 1935. Conheceu África que transmitiu com talento nos seus livros. Casada com António Ferro, jornalista e homem forte do regime de Salazar, promoveu a cultura no país e estrangeiro em importantes exposições. Criou e desenvolveu, nos anos trinta, a Associação Nacional dos Parques Infantis, dadas as suas excelentes relações com as mais altas instâncias governamentais. A sua poesia é francamente inspirada e está de novo a ser divulgada. Destacam-se...

Flor d'Alma Amarga - uma biografia de Florbela Espanca

Nascida em 8 de dezembro de 1894 em Vila Viçosa, seu nome de batismo é Flor Bela Lobo. No entanto, todos a conhecem por Florbela Espanca. O primeiro poema de Florbela, A Vida e a Morte , foi escrito quando ainda era criança sob o nome Florbela d'Alma da Conceição. 1908 é um ano que dá início às tragédias na vida poetisa (que são, muitas vezes, suas inspiração para escrever), sua mãe morre e ela passa a morar com seu pai, sua madrasta e seu irmão. Enquanto viva, nunca fora reconhecida como filha de seu pai, José Maria Espanca, que a tratava com descaso. A rejeição de seu pai tem influência na amargura de seus textos. Academicamente, Florbela completou o curso liceal de letras em 1917 no Liceu Nacional de Évora e logo em seguida ingressou no curso de Direito na Universidade de Lisboa, mas abandonou o Direito em 1920. Em 1913, casou-se pela primeira vez, sua vida amorosa é comumente descrita como um desastre. Seu primeiro marido foi Alberto Moutinho com quem se mudou de Évo...

Digamos "Irene do Céu" em vez de "mano do céu" - uma biografia de Irene Lisboa

Irene do Céu Vieira Lisboa nasceu em 25 de dezembro de 1892 em Arruda dos Vinhos. Foi uma escritora, professora e pedagoga portuguesa formada pela Escola Normal Primária de Lisboa (grande referência na formação de professores do ensino infantil durante a segunda metade do século XIX e início do século XX) e fez estudos de especialização pedagógica na Suíça, na França e na Bélgica. Durante sua estadia em Genebra, conheceu Jean Piaget - renomado psicólogo no âmbito de desenvolvimento e aprendizagem - com quem estudou junto no instituto Jean-Jaques Rousseau. Foi professora do ensino infantil e, em 1932, recebeu o cargo de Inspetora Orientadora desse grau de ensino. Depois foi afastada para funções burocráticas, até que, por fim, em 1940, foi definitivamente afastada do Ministério da Educação e de todos os cargos oficiais por recusar um lugar em Braga, que era, na prática, uma forma de exilar uma pedagoga que incomodava com suas ideias à frente de seu tempo. Irene utilizou alguns ps...

SaletteTavares

Salette  Tavares nasceu em  Lourenço Marques , Moçambique, uma colônia de Portugal, em 1922. Ainda criança, aos 11 anos, mudou-se para Lisboa com sua família, onde viveu toda sua vida. Era formada em  Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Lisboa ,  onde em  1948  licenciou-se  com a tese Aproximação ao pensamento concreto, de Gabriel  Marcel.   A sua formação acadêmica e a prática poética vão interligar-se na pesquisa e teorização sobre a poesia visual que se manifestam no texto e na forma.  “No contexto da obra Lex  Icon , um ponto alto de um processo, iniciado com a publicação de  Espelho Cego , em 1957, de produção de uma linguagem poética híbrida, que esbate fronteiras entre texto, sons, imagens e objetos, ao mesmo tempo em que se constitui como uma profunda reflexão teórica sobre o modo do fazer poético, intimamente identificado com o trabalho de fabricação do artesão, num exercício minucioso de permanente des...