Nascida em 8 de dezembro de 1894 em Vila Viçosa, seu nome de batismo é Flor Bela Lobo. No entanto, todos a conhecem por Florbela Espanca. O primeiro poema de Florbela, A Vida e a Morte, foi escrito quando ainda era criança sob o nome Florbela d'Alma da Conceição.
1908 é um ano que dá início às tragédias na vida poetisa (que são, muitas vezes, suas inspiração para escrever), sua mãe morre e ela passa a morar com seu pai, sua madrasta e seu irmão. Enquanto viva, nunca fora reconhecida como filha de seu pai, José Maria Espanca, que a tratava com descaso. A rejeição de seu pai tem influência na amargura de seus textos.
Academicamente, Florbela completou o curso liceal de letras em 1917 no Liceu Nacional de Évora e logo em seguida ingressou no curso de Direito na Universidade de Lisboa, mas abandonou o Direito em 1920.
Em 1913, casou-se pela primeira vez, sua vida amorosa é comumente descrita como um desastre. Seu primeiro marido foi Alberto Moutinho com quem se mudou de Évora e abriu uma escola onde começou a lecionar. Em 1916, a revista Modas e Bordados publicou o soneto Crisântemos. Voltando a Évora, tornou-se colaboradora do jornal Notícias de Évora e, nessa época, conheceu outros poetas e participou de um grupo de mulheres escritoras.
O seu primeiro livro, Livro de Mágoas, foi publicado em 1919 e parte de sua inspiração veio de sua vida conturbada e inquieta e, também, da rejeição de seu pai. Nessa época, sofreu um aborto espontâneo e acabou ficando doente por um longo tempo. Depois do lançamento do livro, passou a viver com António Guimarães, um oficial de artilharia, mesmo estando casada com Alberto Moutinho. Ao divorciar-se de Alberto, sentiu o preconceito da sociedade. Foi apenas em 1921 que pode casar-se com António.
Em 1923,publicou o Livro de Soror Saudade em Lisboa, que, inicialmente, apresentava uma dedicatória a seu segundo marido, António Guimarães, mas tal dedicatória foi retirada da obra antes de chegar a edição que finalmente foi lançada. O livro é composto de poemas que falam sobre o sentimento vivo do amor e da paixão pelo qual se entrega totalmente e que a faz despertar para a vida.
Em 1925, divorciou-se de António e casou-se com o médico Mário Laje em Matosinhos. Em 1927, Apeles Espanca, irmão de Florbela, morreu em um acidente de avião, o que a levou a tentar suicídio pela primeira vez em 1928. O livro As Mascaras do Destino, publicado em 1931 (após a mote da escritora), foi uma homenagem ao seu irmão.
Em 1930, a poetisa tentou suicídio duas vezes antes de realmente suicidar-se no dia de seu aniversário de 36 anos em 8 de dezembro, antes da publicação de sua obra prima Charneca em Flor em 1931.
Florbela Espanca é considerada o maior nome feminino da Literatura Portuguesa, conhecida principalmente por sua poesia. Massaud Moisés, em A Literatura Portuguesa, define a poesia da autora como "produto duma sensibilidade exacerbada por fortes impulsos eróticos, corresponde a um verdadeiro diário íntimo onde a autora extravasa as lutas que travam dentro dela tendências e sentimentos opostos."
-Texto por Letícia Oliveira.
-Texto por Letícia Oliveira.
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