Salette Tavares nasceu em Lourenço Marques, Moçambique, uma colônia de Portugal, em 1922. Ainda criança, aos 11 anos, mudou-se para Lisboa com sua família, onde viveu toda sua vida. Era formada em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Lisboa, onde em 1948 licenciou-se com a tese Aproximação ao pensamento concreto, de Gabriel Marcel.
A sua formação acadêmica e a prática poética vão interligar-se na pesquisa e teorização sobre a poesia visual que se manifestam no texto e na forma. “No contexto da obra Lex Icon, um ponto alto de um processo, iniciado com a publicação de Espelho Cego, em 1957, de produção de uma linguagem poética híbrida, que esbate fronteiras entre texto, sons, imagens e objetos, ao mesmo tempo em que se constitui como uma profunda reflexão teórica sobre o modo do fazer poético, intimamente identificado com o trabalho de fabricação do artesão, num exercício minucioso de permanente desconstrução de significados.”*
Salette acreditava que comunicação estética é sempre feita através de percepção e deixa essa crença em evidência quando usa formas em seus poemas, ajudando o leitor a entender a mensagem que passou em sua escrita, o que muitas vezes pode ser interpretada de outras formas. Um exemplo disso é o poema Carolina, em que Salette escreve sobre Carolina não é mais uma menina, e sim uma mulher. Todo poema é em forma de um sapato salto alto, símbolo de maturidade para mulheres.
-Texto por Giovanna Silva.
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