Fernanda Botelho foi uma das escritoras mais vanguardistas dos anos 50 escrevendo o retrato da sua época com o distanciamento da ironia e do sarcasmo, para fazer a síntese das perplexidades da geração de 1950-1960. Em 1965 foi presa e interrogada pela PIDE enquanto membro do júri da Sociedade Portuguesa de Autores. Maria Fernanda de Faria e Castro Botelho nasceu no Porto a 1 de Dezembro de 1926. Licenciou-se em Filologia Clássica nas Universidades de Coimbra e de Lisboa. Na capital fixou residência na década de cinquenta para trabalhar na delegação em Lisboa do Turismo Oficial da Bélgica, organismo que viria a dirigir entre 1973 e 1983. A escritora fez a sua estreia literária com a publicação de um livro de poesia: Coordenadas Líricas (1951). Contudo, Fernanda Botelho enveredou depois pela prosa com vários títulos como a novela "O Enigma das Sete Alíneas "(1956)," A Gata e a Fábula" (1960), "Xerazade e os outros" (1964), Terra sem Música (1969), "Lourenço é nome de Jogral" (1971), Esta noite sonhei com Brueghel (1987), "Festa em Casa de Flores "(1990), Dramaticamente Vestida de Negro (1994), As contadoras de histórias (1998) e Os Gritos da Minha Dança (2003). Os seus romances são ainda hoje um caso exemplar de construção narrativa.
Escreveu também para as revistas Colóquio/Letras, Europa e Graal, assim como em diversos jornais como o Diário de Notícias, e ainda na televisão, no programa Convergência, para além de ser membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes brasileira.
Faleceu a 11 dezembro de 2007.
-Texto por Lucas Previato.
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