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Semiótica da Cultura: movimentos culturais de rua

A cidade de São Paulo como grande centro urbano abriga vários tipos de culturas, e como a cidade mais cosmopolita do Brasil é comum percebermos o dinamismo da "Paulicéia desvairada", com seus vários rostos, idades e sons; e pensando nessa última categoria há um movimento cada vez mais em ascensão que vem ganhando as ruas de São Paulo que são as batalhas de rima. 
Engana -se quem pensa que esse movimento tem sua gênese nos dias atuais, pois as batalhas de rima surgiram em meados dos anos 70 em Nova York, no Bronx, quase que juntamente ao nascimento do Rap, usando um elemento que se tornou comum nesse meio, o "Diss". "Diss" é o ato de um rapper atacar outro rapper, por intermédio de letras rimadas, e esse fator agregado ao Freestyle gerou as batalhas de rima. Tudo isso chegou na terra brasilis nos anos 90, quando muitos jovens periféricos compraram a ideia do Hip Hop, já que o mesmo referenciava e dava voz a jovens negros, de bairros pobres, que presenciavam a violência e o descaso, considerando que o panorama de racismo e desigualdade social nos Estados Unidos se assemelha ao visto aqui.  Recentemente as batalhas foram formalizadas em eventos, ganhando status do mesmo ainda sem o terem o auxílio de muitos subsídios providos por órgãos públicos e outros a quem interessem a propagação de polos culturais. A visão que temos desse cenário é ampliada ao observarmos as batalhas localizadas no centro da cidade, onde os movimentos culturais acompanham o vai e vem dos transeuntes. O movimento do qual nos referimos representa uma classe marginalizada da sociedade, tornando-se parte da cultural da resistência. 

Texto por Inayê Chaves.

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