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Semiótica: Leitura Sensorial da Cidade

Antes de expor uma leitura sensorial da cidade, é necessário explicar os conceitos básicos da Semiótica. A Semiótica é uma ciência que estuda a linguagem e se difere da Linguística por sua definição de o que é texto. Ambas as ciências definem como linguagem todo sistema capaz de expressar ideias ou sentimentos, sejam estes sistemas verbais ou não. No entanto, para a Linguística texto é criado apenas de forma verbal (mesmo que a interpretação necessite de informações extratextuais, o texto é o verbal). Enquanto para a Semiótica o texto pode ser constituído de qualquer forma de linguagem, verbal ou não.
Para a Semiótica, não apenas um romance, uma crônica, uma conversa ou outros textos verbais são considerados textos, mas também pinturas, dança, música e até mesmo a cidade podem ser considerados textos.
A Semiótica de Peirce trabalha com a ideia de tríade e tem base na Filosofia Fenomenológica. Peirce estudou como constituímos o conhecimento e descreveu três fases: Primeiridade, Secundidade e Terceiridade. A Primeiridade é uma fase de abstração em que há o primeiro contato com uma realidade, tal contato ocorre através dos 5 sentido (visão, audição, paladar, tato e olfato), há apenas o eu experienciando essa nova realidade. Na Secundidade há a presença do outro, então, apresenta um conflito, a percepção de que há um outro, o que diminui a abstração da nova realidade. Já na Terceiridade, há a cristalização da realidade, é quando se torna possível o conhecimento dessa nova realidade ser exposto em linguagem, saindo completamente da abstração.
Com esses conceitos em mente, propôs-se a leitura da cidade a partir da Primeiridade da teoria de Peirce, ou seja, a interpretação da cidade através de um ou mais dos 5 sentidos do corpo humano. Escolhi a visão e a audição para a realização dessa atividade e gravei algumas partes de um dia comum a muitos paulistanos e o mais famoso ponto turístico da cidade de São Paulo.


Texto por Letícia Oliveira.


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