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Modernismo em Portugal

O Modernismo é um importante movimento artístico e literário, inspirado pelo engajamento, ruptura de padrões e pelas vanguardas europeias. Iniciado no começo do século XX em Portugal, foi um produto dos novos valores que circundavam a Europa, trazendo uma linguagem nova, oposta a estilística dos autores simbolistas e românticos.
  O Modernismo português desenvolve-se do começo do século XX até 1970, com nomes como Mário de Sá-Carneiro, Irene Lisboa e o renomado Fernando Pessoa, dividindo-se em três fases: o Orfismo, Presencismo e Neorrealismo.
  O Orfismo corresponde à primeira fase do Modernismo em Portugal, o nome advém da revista trimestral de literatura Orpheu fundada por nomes como Fernando Pessoa, Raul Leal, Luís Montalvor e outros, formando um grupo de artistas plásticos e escritores responsáveis por propagar os ideais modernistas, desempenhando um papel vanguardista para a literatura portuguesa em 1915.
  Os orfistas intencionavam quebrar o modelo em voga e o fizeram com seus poemas livres de métrica, colocando Portugal no mapa da época culturalmente falando.
  O Presencialismo ou Presencismo compõe segunda geração modernista, seu nome origina-se também de uma revista com conteúdo literário chamada Presença, dando continuação aos trabalhos da revista Orpheu. A nova contribuição é dada com uma literatura mais experimental, intimista e introspectiva. Alguns dos seus representantes são José Gaspar Simões, Adolfo Rocha, José Régio e Irene Lisboa.
  A fase Neorrealista surge como o efeito de um período histórico-social conturbado, com os regimes totalitários e crises econômicas tomando conta da Europa, com uma produção literária que dialoga com o marxismo, em oposição ao individualismo e esteticismo existente no Presencialismo.


-Texto por Inayê Chaves.

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